Assim como todo alimento no universo gastronômico, existem diversas curiosidades e fatores diferenciados para conhecer e apreciar o café.
Venha conferir tudo o que você precisa saber sobre a bebida para descobrir o seu paladar.
História do Café
Se você acha que o hábito de beber café é algo apenas da cultura brasileira, pois bem. O café, por si só, carrega em sua trajetória pelo mundo diversos encontros culturais, sociais e econômicos.
Sobre a sua descoberta, podemos citar a lenda Etíope na qual um pastor, denominado Kaldi, foi quem percebeu que havia algo diferente quando alimentou suas cabras com arbustos e folhagens que tinham um aspecto amarelo-avermelhado. Notou que os animais ficaram mais animados e com mais energia! O pastor então levou o fruto até os monges, e assim, estudando e experimentando seus efeitos, surgiu o café.
Mas seu cultivo e, inclusive seu nome, tenham sido concretizados no Iêmen, região oeste da Arábia. O nome 'café' tem origem árabe, onde a planta era conhecida como Kaweh e a bebida foi denominada como Kahwah ou Cahue, o que significa força.
Enquanto o Iêmen era responsável pelos maiores cultivos e exportações de café durante o século XIV, as cafeterias começaram a destacar a grande abrangência cultural do grão. A Turquia aqui se destaca pela difusão do conhecimento da bebida com a criação da primeira cafeteria do mundo, a cafeteria Kiva Han, em 1475.
Não podemos esquecer de esquecer que os italianos revolucionaram a maneira de preparar a bebida. Foi em 1884 que Angelo Moriondo criou um dos primeiros protótipos que dariam origem a máquina de café, e em 1901 que Luigi Bezzera foi o responsável pela invenção que, além de agilizar o preparo do café, permitia introduzir o líquido direto em uma xícara.
E claro, os holandeses! Foram os responsáveis por transportar amostras da planta por diversas regiões no mundo, permitindo a diversificação de seu cultivo - só podemos concluir que assim como pão, o café é uma bebida que amplamente consumida e reconhecida, fazendo sua presença na história da humanidade.
O Brasil possui uma extensa história cultural, social e econômica quando se trata do café. Um dos grandes produtores e exportadores do grão, o cultivo brasileiro persiste com bastante relevância ainda nos dias de hoje.
Tipos de Grãos de Café
Para começarmos a entender mais sobre os tipos de café, vamos conhecer melhor sobre os grãos. Confira:
Café Arábica
Proveniente das montanhas da Etiópia, com maior altitude, maior a possibilidade de complexidade de sabor do grão, por este motivo que os grãos que são cultivados acima de 1.000 metros de altitude, costumam ter um sabor super especial. Possui 50% menos cafeína com um teor maior de açúcares, além de geralmente serem matéria-prima para as variedades que dão origem aos cafés finos.
Café Bourbon
Derivante da espécie Arábica, é uma das mais conhecidas no mundo - principalmente fora do Brasil - possui notas mais achocolatadas, o aroma forte e marcante, e a acidez moderada. É ideal para pessoas que gostam de um paladar mais leve e adocicado, já que possui notas que lembram o caramelo.
Café Kona
É cultivado na cidade de Kona, Havaí, sendo uma região de clima e o solo vulcânico o resultado é uma espécie exótica e diferenciada. Algumas pessoas falam que é o melhor café do mundo, então se você gosta de uma experiência marcante, está aí uma ótima aposta!
Café Catuaí
É muito cultivado em solo brasileiro, principalmente em altitudes acima de 900 metros já que a altitude é um fator muito importante na construção do paladar do grão. Apresenta acidez moderada e doçura natural.
Café Acaiá
O nome 'acaiá' significa "frutos com sementes grandes", em tupi-guarani, o que se trata de uma característica das plantas e frutos desta variedade. Possui um paladar bem suave e frutado com acidez média.
Café Robusta
É um tipo de grão com uma maior concentração de cafeína, perfeito para pessoas que apreciam um paladar mais amargo. A planta, Coffea canephora, é bastante cultivada em diversos países, principalmente no Vietnã e no Brasil. Muito comum, sua presença em cafés instantâneos justamente para que dê um resultado mais encorpado e com um sabor mais amargo também à bebida.
Não apenas o grão, mas o processo de torra é uma das etapas mais importantes no que diz respeito sobre a personalidade do seu café: seu sabor, coloração, aroma… Venha conferir os tipos abaixo.
Tipos de Torra do Café
Torra Clara
Acentua a acidez e o aroma leve do café, ao mesmo tempo em que diminui o amargo dos grãos. Ao preservar os óleos aromáticos, produz um café menos encorpado, mais seco, com um sabor mais suave.
A torra de café clara é ideal para ser utilizada em máquinas de café expresso, perceba que os grãos ficam com cor próxima a da canela. A temperatura para realizar esse processo varia entre 180 a 240ºC.
Torra Média
Busca equilibrar as características do café, sendo um meio termo entre a torra clara e a escura. O amargor, aroma, acidez e corpo são balanceados durante a torra, resultando em um café em tonalidades diferentes de marrom e vermelho.
Os grãos ficam mais encorpados, com aspecto mais aveludado e intenso. Essa torra de café é ótima para um café coado.
Torra Escura
Um café mais forte, com menor nível de acidez, mais amargor e grãos menos encorpados. Os óleos são preservados no grão, o que auxilia na potencialização do sabor e aroma. Em relação a cor, destacam-se tonalidades mais escuras de marrom.
Métodos de Extração do Café
Além de saber mais sobre os grãos e suas características de torra, precisamos ressaltar que o método de preparação do café também influencia no resultado do seu café. Continue lendo para saber mais.
V60
Este método foi criado no Japão e ganhou amplo reconhecimento, inclusive no Brasil. Necessita um coador feito em cerâmica ou vidro que acaba por manter a água com temperatura elevada durante mais tempo. Internamente, o coador precisa possuir formatos de cones e linhas desenhadas em formato espiral que facilitam o fluxo da água até a xícara de maneira mais uniforme. O objetivo desse design e método é um café limpo e sem resíduos.
Aeropress
Essa técnica foi desenvolvida por um criador de brinquedos dos EUA! Seu funcionamento se parece um pouco ao de uma seringa: uma das peças, semelhante a um tubo, é colocado o café junto a um coador de papel específico. Em seguida, é despejada a água quente. Depois, um êmbolo é inserido e a pressão é feita na peça anterior. Mais óleos de café são aproveitados devido a pressão exercida. O processo de extração é rápido e, por isso, o café não tem o amargor comum de outros métodos
Chemex
Em um vidro, com formato parecido com o de uma ampulheta, é inserido um filtro de papel com tripla filtração que recebe água quente antes mesmo de adicionar o pó de café. O design é tão interessante que um modelo de 1900 garantiu sua vaga no Museu de Arte Moderna de Nova York. A técnica resulta em um café limpo, sem resíduos e que equilibra acidez, doçura e corpo.
EvaSolo
Criado em 1913 por uma dinamarquesa, a técnica chama a atenção pela versatilidade e pela simplicidade! Um dos poucos métodos em que é possível fazer a bebida fria sem perder aroma ou sabor.
French Press
Lembra a técnica do Aeropress, mas se diferencia em alguns pontos. A pressão é a responsável pelo processo, mas o pó de café é colocado junto à água quente num recipiente com um resultado que apresenta mais resíduos, forte e encorpado.
Moka
Criada nos anos 30, uma peça tradicional italiana, é muito conhecida e utilizada nas cozinhas. Trata-se de duas câmaras separadas por um filtro que, com bastante pressão, são utilizadas na preparação do café. A água que está na parte inferior ferve, enquanto passa pelo meio, onde está o café, e em seguida é filtrada e chega pronta à parte superior.
Além do coador de papel e coador de pano, os métodos mais utilizados em nosso país.
O que é um café 'Especial'?
Para determinar aspectos diversos do resultado de um café, a SCA (Specialty Coffee Association) desenvolveu uma metodologia de avaliação sensorial da bebida que é utilizada no mundo todo. Este método avalia o café, que gera uma pontuação de até 100 pontos, e o classifica.
Os atributos avaliados são:
Fragrância/Aroma
Uniformidade (cada xícara representa estatisticamente 20% do lote avaliado)
Ausência de Defeitos
Doçura
Sabor
Acidez
Corpo
Finalização
Harmonia
Conceito Final (única parcela de subjetividade do classificador na avaliação da amostra)
Um café Especial é aquele que pontua no mínimo 80 pontos na avaliação, e quanto maior seu resultado, maior a sua qualidade em relação aos atributos.
Os cafés Tradicionais, por exemplo, são compostos por café arábica com alta incidência de defeitos e é vendido para as indústrias nacionais por preços inferiores e acabam se caracterizando pela moagem muito mais fina e uma torra bastante escura, para disfarçar as imperfeições dos grãos.
Os cafés Gourmets seguem um método de avaliação criado no Programa de Qualidade do Café da ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café, no qual a avaliação vai até 10 pontos. Sendo dividido assim:
Tradicional com nota igual ou maior a 4,5 e inferior a 6.
Superior com nota igual ou maior a 6 e até 7,2.
Gourmet com nota igual ou superior a 7,3 e até 10.
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