O pão é um dos alimentos mais tradicionais do mundo, já parou pra pensar em quantos tipos e nomes existem?
Com um pouco de tempo você já consegue pensar em no mínimo 5.
Pensou?
Para celebrar um alimento tão popular e fantástico, foi criado o Dia Mundial Do Pão, que é celebrado todos os anos no dia 16 de outubro ao redor do mundo.
A data foi instituída nos anos 2000, em Nova York, pela União dos Padeiros e Confeiteiros. Mas calma, a história do pão é muito mais antiga que isso!
Podemos dizer que a história do pão começou há mais de 6 mil anos, assim que os egípcios descobriram a fermentação do trigo.
Augusto Cezar de Almeida, historiador e autor de ‘A História da Panificação Brasileira” e “Dicionário da Panificação Brasileira”, além de outros grandes títulos, nos conta em entrevista para a Agência Brasil:
“É importante lembrar da importância que o pão tem para a humanidade. Desde os primórdios, os grãos eram consumidos de forma bruta, comidos crus. Posteriormente, alguns historiadores falam que, por acidente, os pães – que eram formados numa pasta mascada na boca, pasta essa feita de mingau – caíram em cima de uma pedra quente, em uma fogueira e, a partir dali se gerou uma massa assada”.
Desde então, é considerado um alimento básico que se popularizou ainda mais após estudos e avanços técnicos dentro do entendimento da fermentação:
Louis Pasteur (1822 – 1895), cientista francês, foi responsável por propagar o processo fermentativo pelo mundo, através de estudos que possibilitaram um entendimento mais controlado e industrial da fermentação.
No Brasil, o mesmo autor conta que o pão chegou ao país por meio dos portugueses:
“O primeiro documento que narra um brasileiro consumindo pão foi a carta de Pero Vaz de Caminha” – os índios provaram o ‘Pão Rústico’ que viajou da Europa até eles, mas era bastante duro e foi difícil para entenderem o que era de fato aquela comida, tão diferente do que estavam habituados.
O plantio do trigo no Brasil foi iniciado por Martim Afonso de Souza (1490 – 1570) durante as primeiras capitanias. Martim era um nobre e militar português e fez seu plantio com sementes trazidas de sua terra. A cultura do trigo fez com que a produção e o consumo de pão se tornassem parte da nossa história.
Quando pensamos no pão hoje:
Só em 2018, de acordo com a Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), a maior parte das padarias brasileiras (95%) são micro e pequenas empresas familiares. Em 2019, os números só crescem. Em 2020, a febre do pão – que já falamos em outro post do nosso blog.
Atualmente, o pão desempenha muito mais do que seu papel como alimento popular, principalmente se tratando do processo da fermentação natural.
O pão é reflexão, símbolo de movimentos que querem resgatar a conexão com a comida, conexão com o processo natural, conexão com o outro – e quem bota a mão na massa geralmente não consegue se desfazer dela.
Queremos celebrar um alimento tão especial, que fez e faz parte de tantas histórias e tantas culturas, costumes. Alimento que hoje está em nossas cozinhas, padocas, escrevendo novas histórias.
Por Maria Luiza Cabral
Sócia-fundadora do Armazém Mauá
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